quinta-feira, 24 de setembro de 2015

a historia de PY2YB Yaco Bitelman e de como se tornou radioamador


Dentro da serie de como nos tornamos Radioamador, hoje a historia de PY2YB Yaco Bitelman 





Minha história no radioamadorismo começa na juventude (1958)  quando viajei à Argentina com o “Grupo Universitario” e lá um dos companheiros sugeriu irmos à casa de uma radioamadora para falarmos com nossos pais; foi bem interessante aquela dificuldade de contatar, todo aquele barulho no radio...
Numa outra ocasião assisti ao filme  francês: "Si tout les gares du monde" (Se todos os homens do mundo) que passou junto com "Le balon rouje" (O balão vermelho), este impressionava pela alegria e leveza das cores mas o primeiro era tocante pela dedicação de certos indivíduos em conseguir socorro para uma tripulação intoxicada de um barco pesqueiro. Graças ao esforço e dedicação de radioamadores conseguiram ser salvos.
Aquele micróbio da radio frequência estava  instalado mas a “doença” ainda não se manifestara.
Formara-me no CPOR  (exército) em 1959 e nos afazeres do dia a dia estava atravessando o viaduto do Chá quando encontrei um colega de "armas" que ia aos Correios para solicitar a licença para operar uma  estação de radioamador (era lá que se faziam os exames). Nosso curso no CPOR subentendia ter feito o de comunicações e dava o direito à licença. Dei meia volta e me juntei à ele.
Passo seguinte foi ir à "Santa Efigienia" (rua que tinha tudo de eletrônica) adquirir um receptor; americano, velho de guerra, modelo BC 348L. Era importante ter uma antena, foi uma "meia onda" para 40m e começou o vício passando horas ouvindo as estações em inglês, francês ou espanhol. .. Melhorei meus parcos conhecimento dessas línguas e criei uma certa desenvoltura.





Ouvia também a estação da LABRE e em 1962 ouvi com uma emoção especial anunciarem  meu prefixo: PY2CJI. Montei o transmissor, "duas 6L6", com a ajuda daquele colega, o Alcides, e comecei os primeiros contatos em 40m tendo feito uma madrugada, após um baile, um comunicado com uma estação das Ilhas Fiji...(era um contato raro e difícil).
Como um vício, vai-se melhorando a estação, fazendo amizades pelo mundo.
Visitei e recebi na minha casa colegas que conhecia só pelo rádio (Israel, USA, England France, Argentina). Fui muito feliz com essas amizades.
Quando passei para a classe A, graças ao "chopp duplo" ( como era chamado apresentar uma lista de comunicados em um ano sendo pelo menos duas vezes por mês  em telegrafia;  a alternativa para evitar um exame muito rigoroso), procurei pelo indicativo com minhas iniciais PY2YB. Era de Goiás que já não operava mais, tinha sido radioamador só para falar com a filha que morava  em SP. Muito gentil, só me coube pagar seus atrasados.
Ajudei conseguir remédios, inclusive para minha cunhada que tinha câncer; e por diversas vezes em catástrofes naturais a ter noticias de parentes.
Quando do terremoto no México, em Setembro de 1985, meu cunhado trabalhava lá; meu sogro veio correndo a minha casa e, graças à eu ter, nesta altura, um equipamento sofisticado, consegui logo ter boas noticias suas.
Outros colegas que não tinham estação tão boa ligavam pedindo ajuda; e assim eu e Laura, minha esposa (nesta altura radioamadora, PY2YI),  ficamos três dias e noites trazendo notícias, algumas boas, e outras nem tanto ...



Também aconteceu que meu colega da faculdade, Pepe veio com a noiva, Clarinha, à minha casa para avisar seus pais na Bolivia que iriam se casar; foi emocionante.
Com o tempo, outras atividades foram ocupando meu tempo e o contato com os que tinham se tornado amigos facilitado por outras tecnologias, acabei me afastando e vendendo todo o equipamento.
Confesso que sinto muita falta.
Sempre penso em adquirir uma estação, instalar uma antena e retomar o hobby, mas é difícil refazer aquilo que se levou tanto tempo construindo. Ia-se melhorando a estação passo à passo.
Um forte 73’ de PY2YB
Yáco Bitelman







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